sexta-feira, novembro 10, 2006

Quando não temos o que fazer...

E como sempre que se começa algo novo, este vem sempre acompanhado por uma ânsia enorme de estar sempre a trabalhar nesse "novo", cá vai mais qualquer coisinha.

Nada de mais. Só decidi compartilhar um idéia que tomou conta de mim nessa bela terça-feira, dia 7 de Novembro, dia de greve de metropolitano, e que me valeu uma bela viagem de 2h30 do Sr. Roubado até à minha faculdade. E como numa viagem assim não temos muito que fazer a não ser tentar desesperadamente encontrar um bocadinho de oxigénio entre o ar carregado (nunca percebi muito bem porque é que as pessoas, quando o autocarro está mais cheio, decidem viajar em grande sauna comunitária, sem uma única brechinha de janela aberta), e espaço para os pés, tentando ao máximo evitar as pisadelas, mesmo que tentemos evitá-lo acabamos sempre por ouvir as conversas das pessoas, e reparar naquelas situações que designamos "típicas de autocarro", que nos deixam inspirados em ir em frente com um blog (onde somos livres para escrever pensamentos-de-autocarro idiotas como este:P).

Portanto, ia eu esborrachada entre duas senhoras e o separador do motorista, quando me chegou aos ouvidos um simples comentário de uma senhora, que se sentou num banco e disse "este calor... deixa uma pessoa mal-disposta!". E como típica situação de autocarro, este simples comentário desencadeou logo ali uma conversa que durou o resto da viagem até ao Campo Grande, porque uma senhora (que tinha entrado toda subtilmente-refilona no autocarro) decidiu aproveitar a deixa para responder ao comentário retórico da primeira com uma bela dissertação sobre o mau-jeito da greve do metro, e que eles prejudicavam era os utentes e não os alvos das suas queixas, etc, etc, etc, que atingiu o ponto alto com um "sabe porque é que eles estão a fazer isto? Porque há mais de 12 anos que eles são obrigados a..." blá, blá, blá!

Aqui foi onde eu desliguei, olhei para a janela (pelo espaço que me era dado a ver), e me entreguei ao pensamento de "É incrível como quando no autocarro alguém decide fazer um comentário simpático, para evitar a monotonia, logo alguém aproveita o facto para ali soltar as suas raivas, dúvidas, angústias e pontos de vista, ou até mesmo dar a sua opinião em relação às razões porque certa coisa acontece, completamente fora de contexto, simplesmente porque lhe deram conversa!". Vale-nos o podermo-nos sempre rir um bocadinho com a conversa que surge!

Típico de autocarro...:)

1 comentário:

Anónimo disse...

Também há aquelas que, mesmo que os assuntos não tenham qualquer especie de relação, se poem a falar sobre outra coisa qualquer (nao é so nos dias de greve do metro, basta dar-lhes um bocadinho de trela :p). Exemplo: em mais ou menos 2 minutos fiquei a saber que uma senhora tinha sido operada ao coração aqui há uns tempos, que ia fazer agora o 1º check up, que tinha 2 filhos, um deles a trabalhar em Portalegre, e que tinha que apanhar o 44 porque se apanhasse um táxi lá se ia a reforma toda...
Quando quiseres falar de autocarros outra vez não te esqueças de referir os gordos que não conseguem passar e criticam o pessoal que anda de mochila, lol.
Ah, e já te disse que ideia não tem acento :p
Beijo*